A utilização de sistemas fotovoltaicos obteve um crescimento significativo nos últimos tempos, resultando em benefícios econômicos, sociais e ambientais cada vez mais indispensáveis à sociedade. Até o momento foram instalados no Brasil uma média de 1,6 gigawatts (GW) de potência em energia fotovoltaica, menos de 1% da matriz elétrica brasileira, no entanto, o esperado é que até 2030 esta fonte de energia represente ao menos 10%.
Apontando outros números, podemos afirmar que, atualmente no país encontramos cerca de 37 mil sistemas conectados à rede, os quais trouxeram mais de R$ 2,5 bilhões em novos investimentos desde 2012, proporcionando economia e sustentabilidade a 44 mil residências, comércios, indústrias, produtores e prédios públicos, como escolas e hospitais.
Pressionados pelas altas tarifas que tendem a aumentar ainda mais, os consumidores buscam alternativas para “se livrarem” das concessionárias de energia. A geração distribuída solar fotovoltaica se destaca como solução competitiva e sustentável: o custo da implantação de um sistema reduziu em 75% na última década e o tempo de retorno sobre o investimento vem diminuindo, abatendo em até 90% as contas de energia elétrica.
O sistema de energia solar fotovoltaica vem incomodando grandes grupos econômicos, tradicionais e conservadores, no setor elétrico que se sentem pressionados pelas mudanças nas regulamentações que acabaram por dinamizar o mercado, como exemplo podemos citar a bem-sucedida compensação de créditos de energia elétrica para sistemas de micro geração e mini geração distribuída. O principal motivo desse desconforto é financeiro: ao empoderar os consumidores, tornando-os produtores ativos de sua própria energia renovável e mais independentes, a geração distribuída solar fotovoltaica tende a ameaçar as receitas e lucros de distribuidoras que não se adaptarem à nova realidade do mercado.
Para tentar vetar essa nova regulamentação, eles alegam que haverá um grande impacto tarifário de supostos subsídios cruzados de 0,1% para cada 50mil unidades consumidoras. Contudo, esta informação não condiz, constatando que o impacto médio nas tarifas dos consumidores seria menos 1%, considerado todo o acumulado no período de 2015 a 2020.
Tais valores são irrisórios comparando-se com os reajustes tarifários cobrados anualmente dos consumidores pelas distribuidoras. Em 2017, o reajuste médio anual das tarifas das distribuidoras foi superior a 10%, frente a uma inflação de 2,95%. Para 2018, calcula-se que o aumento será ainda pior, cerca de 10% a 15%, pesando ainda mais no bolso da sociedade brasileira.
A geração distribuída solar fotovoltaica coloca o consumidor no centro das decisões. Por isso, nove em cada dez brasileiros quer gerar energia renovável em sua residência, conforme atesta pesquisa do Ibope Inteligência de 2018. É dever dos líderes públicos atender aos anseios da sociedade brasileira.
O crescimento sustentável do Brasil será potencializado pelo uso da energia solar fotovoltaica como política pública estratégica para o desenvolvimento econômico, social e ambiental, contribuindo para diversificar a matriz elétrica, gerando milhares de empregos, reduzindo a queima de combustíveis fósseis, ampliando a liberdade do consumidor, estimulando a cadeia produtiva, reduzindo perdas e trazendo economia para os cidadãos, as empresas e os governos.
Comments